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terça-feira, 26 de outubro de 2010

Jornada Dupla

Autor: Wagner Pereira

No frio da madrugada de sábado, numa interminável jornada dupla de trabalho, pensava como o tempo havia passado, a disposição jovial dava lugar para o cansaço da experiência.

Teve uma oportunidade rara, pôde jantar com sua esposa e filhos, mas logo teve que iniciar sua jornada, contrariado, pois desejava permanecer em seu lar, junto com sua família.

No Bravo, reencontrou sua equipe, muita coisa comum, os nomes de guerra, cansaço, preocupação, finanças arrebentadas por empréstimos ilusórios junto às instituições financeiras, porém, tendo a única missão: voltar vivo para casa.

O Z demora a chegar, mas é fundamental para repor as energias serão mais 12 horas defendendo a municipalidade reluzindo a paz através do azul marinho.

As horas são intermináveis, a luta contra morfeu é constante, a cafeína impulsiona a conversa com o estômago vazio, a sensação não é agradável, mas deve se manter acordado.

Metade da jornada se aproxima do fim, porém, nem sinal da rendição, contrariando Jagger “o tempo não está do meu lado”.

A ansiedade, vira angústia, contudo antes tarde do que nunca, fim do primeiro tempo.

Ao seguir seu destino, vem uma a garoa fina da paulicéia de pedra, o tempo voa...

A garoa engrossa, virou temporal, lá se foi o trânsito...

Banho tomado, barba feita, sapato engraxado, uniforme passado, a transformação ocorre, surge o impecável garbo azul marinho, mantendo a base institucional da hierarquia e disciplina.

As horas continuam intermináveis, sono, cansaço e fome ousam incomodar, mas a superação prevalece, o que era para ser acaso é rotina, são moradores de rua, menores ao abandono, ambulantes, entulhos, trânsito, além, de preenche planilha, faz relatório, encerra talão...

O crepúsculo surge, juntamente com o fim da jornada, missão cumprida, voltou para casa vivo.

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