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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Estrebucha?

Autor: Wagner Pereira
Classe Distinta da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo
Bacharel em Direito

O episódio em que Policiais Militares do Estado São Paulo que insultam dois homens baleados e algemados que tentaram roubar uma metalúrgica na Zona Leste da Cidade de São Paulo, teve desdobramentos curiosos, demonstrando mais uma vez a fragilidade dos órgãos de segurança pública e do “despreparo” dos profissionais das principais mídias de comunicação do país.

Num processo de “engenharia reversa” o descompasso na cronologia dos fatos é intrigante para entendermos qual a finalidade da construção da notícia, pois numa análise racional há omissão de socorro dos feridos por parte dos policiais, que deveriam realizar os devidos encaminhamentos aos órgãos públicos competentes, porém, mais uma vez o vilão se torna vítima de um “estado” cada vez mais abstrato.

A mídia buscou confundir o receptor da informação ao relacionar que os disparos de arma de fogo foram realizados por um Guarda Civil Metropolitano que defendia o patrimônio de seu genitor, proprietário da Metalúrgica, porém nada comparado com a irresponsabilidade em divulgar seu nome completo, inclusive com cópia do boletim de ocorrência, que deveria ser um documento oficial, cujas cópias não poderiam ser fornecidas somente pelo interesse da imprensa.

Curiosamente, os nomes dos condutores da ocorrência não são divulgados, mas não seriam estes representantes do "estado", por sua zombaria e omissão na custódia dos indivíduos, os violadores dos direitos humanos que causaram tanta comoção?

A imbecilidade em produzir provas contra si e divulgá-las deve ser poupada?

Preocupante a atitude do Guarda Civil Metropolitano em não informar a Corporação do seu envolvimento em situação tão grave, nos propondo uma reflexão profunda sobre a falta de integração nas informações dos órgãos públicos de qualquer segmento, pois a ação resultou na morte de um dos indivíduos, ensejando obrigatoriamente conhecimento e manifestação dos representantes do Ministério Público e principalmente na investigação da Polícia Civil para solução do caso, que deveriam de ofício comunicar os fatos os órgãos municipais competentes.

No entanto, qual será a causa da morte os tiros recebidos ou a demora no socorro?

Devemos nos estrebuchar para ter a resposta?

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