Seguidores

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Penso, Logo Existo! - Planejamento Estratégico, é necessário?


Autor: Carlos Eduardo Ribeiro da Costa
Classe Distinta da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo


Muito se fala em Planejamento Estratégico em nossa instituição, mas fico me perguntando: "Será que as pessoas sabem e compreendem o sentido destas duas palavras?".

Não vou entrar aqui se nossa instituição aplica de forma correta este conceito e muito menos querer explanar de forma a elucidar o que é isto.

Ora, se não vai fazer nem um nem outro então para que ler este artigo?

Não cabe a mim falar sobre aplicação do conceito em nossa instituição primeiro por uma  questão legal, não sou autorizado a  isto e segundo por  que não sou um "expert" no assunto.

Mas concordamos que o tema é recorrente, vira e  mexe ouvimos algo ligado a isto e muitos torcem o nariz, alegam que a burocracia emperra a operacionalidade. Mas se observarmos as instituições, desde as privadas até as públicas, das pequenas as grandes, veremos que grande parte delas aplicam isto e já não é de hoje. As Forças Armadas investem pesado na formação de grupos  especializados na solução de problemas específicos (tropas de elite), e ao invés de gastar um número gigantesco de recursos sem ter a certeza se  a solução será a contento enviam um grupo especializado com uma grande chance de sucesso, existe todo um aparato por trás disto, um serviço de inteligência, informações trocadas, estatísticas, mapas, investimento em capacitação, materiais, tecnologias, tudo para o sucesso da  operação da melhor forma possível, com o menor número de baixas possíveis (o ideal é nenhuma).

As empresas há muito tempo aprenderam que precisam direcionar seus  recursos  para atingir da melhor forma seus objetivos, que na prática se resume a lucro,  capacidade de crescimento, se manter no mercado, possibilidade de novos lançamentos mantendo os clientes e por ai se vai... tudo isto  tem uma estratégia de anos e anos até atingir um objetivo e depois vem outras estratégias para continuar ou melhorar cada vez mais, pois  chegar ao topo  é relativamente fácil quando se comparado ao trabalho em  se manter no topo.  Como casos de sucesso podemos citar algumas empresas mundialmente conhecidas como Microsoft, Samsung, Aple, Volkswagem e etc...

Se pararmos para pensar, veremos que muito do que compramos é de certa forma supérfluo, e compramos mais por um apelo da moda ou mídia  do que simples necessidade... vemos que o avanço de uma tecnologia muitas vezes nos leva a  aquisição de um material sem nem mesmo saber para que queremos ou usaremos aquele bem adquirido. Isto é fruto de um trabalho de marketing continuado que nos  embute a idéia de que precisamos daquilo  para algo, e muitas  das vezes isto não é verdade.

Mas como as  empresas fazem isto? Como elas nos  vendem algo que não precisamos muitas?  Como pode isto?

Isto é marketing, mas por trás disto está o planejamento da empresa, o uso de estratégia, saber quais os gostos e como devem e  o que devem fazer para manter a população gastando sempre, mantendo empregos e lucros sempre.

Isto em se tratando de empresas privadas que visam o lucro, mas nossa GCM é uma empresa pública e não visa lucro, então do que  serve um planejamento?

De uma forma bem resumida, podemos definir planejamento como: "Um processo desenvolvido para o alcance de uma situação desejada de um modo mais eficiente, eficaz e  efetivo, com a melhor concentração de esforços e recursos pela empresa".

Vimos que temos duas palavras bem parecidas (eficiência e eficácia) mas que significam coisas bem diferentes:

Eficiência: trata de como fazer e  não do que fazer, de fazer certo e não fazer a coisa certa. Quando se fala em eficiência, fala-se de produtividade, ou seja, fazer mais com menos.

Eficácia: trata do que fazer, de fazer a coisa certa, de como fazer, qual o caminho. Depois  de escolhida  a forma, fazer de forma produtiva. A eficácia leva a eficiência.

No mundo de hoje onde temos falta de recursos e abundância de problemas, saber usar da melhor forma os recursos existentes para maximizar os resultados deixou de ser uma  alternativa e passou a  ser uma obrigação para todos os gestores.

No caso das organizações de segurança pública (nisto incluo as  Guardas Municipais) que sofrem com a falta de investimento, com o descaso do poder público, com a falta de apoio da população, com o constante crescimento nos "indicadores" criminais, com um sistema legal  fraco e  corrupto, com um sistema prisional que é uma piada (de mau gosto), com baixos salários e etc, saber utilizar os conceitos de Planejamento Estratégico é vital para maximizar sempre os resultados e saber onde e  quando aplicar os parcos recursos de forma a obter sempre melhores resultados.

Se uma região tem um alto índice de roubo de veículos, vamos aumentar o  número de rondas naqueles locais visando a prisão destes meliantes e baixar estes índices, isto é um exemplo de uso planejado dos recursos, onde e quando usar e com objetivo.

Quais escolas são mais problemáticas? O que elas tem em comum? O que as leva a serem desta forma? O que pode ser feito na parte da segurança para amainar este tipo de problema? Quais os piores horários? Quais ações neste tipo problema deram melhores resultados em outros locais?

Estas e outras questões devem ser levantadas para chegar a um consenso de como agir, e não fazer as coisas de forma desordenada e no escuro.

É claro que todas as  decisões tomadas se baseiam em uma série de estudos e informações, nada deve ser aleatório e não é apenas o que um "acha", esse tempo de amadorismo está no fim e para sucesso de ações deve haver participação de todos. O tempo da truculência também acabou.

Mas como saber onde e como aplicar os recursos? Como saber exatamente quais recursos possuo e o que posso fazer com eles? Quais são minhas demandas? O que consigo fazer hoje? Usando o que tenho hoje, como faço para aumentar minha "produção"?  O que preciso hoje para atender toda a minha demanda? Daqui a X tempo usando como exemplo o hoje, como será minha demanda? Quanto de recurso humano e material terei que ter para atender a esta demanda? Onde preciso investir? Quanto preciso investir? Qual a melhor forma de investir?

Estas e muitas outras questões fazem parte dos setores envolvidos na gestão e planejamento de uma organização. E você me pergunta: "Nossa, e como eles fazem para responder a estas perguntas?".

Além de pessoas das mais diversas áreas e órgãos envolvidos, temos também o uso de ferramentas de auxílio na gestão. Aqui entra uma arma muito poderosa utilizada a milênios pelos homens, a Informação, mas isto é assunto  para um próximo artigo quem sabe, e caso ELE me permita fazer algo neste sentido, irei tentar mostrar nele como que o trabalho de todos é importante para atingir um objetivo comum, e quando cito todos é todos de verdade!

Não sei se consegui atingir o objetivo desejado deste artigo que nada mais é demonstrar que Planejamento Estratégico não é uma assunto novo, que nós em nossas vidas muitas vezes fazemos um, que as empresas independente  de sua natureza precisam aplicar este conceito.

Findo aqui este pequeno artigo, espero que gostem, é claro que gostar e concordar é diferente, peço que discutam isto entre colegas, deixo aqui o convite para opiniões e troca de idéias sobre o explanado, agradeço imensamente a todos que tiveram a paciência em me aturar nestas linhas e ao administrador do blog que abre este canal de comunicação.

Que o GRANDE CRIADOR sempre olhe por nós e nos dê força e sabedoria para conseguirmos vencer as dificuldades dadas pela vida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário